As transferências de Ronaldo, Kaká e Ibrahimovic fizeram aumentar o interesse no Campeonato Espanhol mas a magia da Premier League consegue superar tudo. É formidável o ambiente que rodeia os jogos e a intensidade e entrega que é imposta pelos jogadores. Algo que nenhum outro campeonato consegue oferecer.
Num defeso em que apenas o City voltou a investir forte e em que os quatro grandes se mantiveram conservadores. O Chelsea apenas mexeu no treinador, o United perdeu Ronaldo e Tevez, o Liverpool “trocou” Xabi Alonso por Aquilani e o Arsenal viu fugir Adebayor e Touré.
Neste momento estão decorridas 12 jornadas e já é possível tirar importantes ilações.
Á primeira vista parece-me indiscutível que o Chelsea de Ancelotti é a equipa com o plantel mais forte e equilibrado. A sua defesa e meio campo são poços de força e talento e os blues têm capacidade para gerir e dominar qualquer jogo.
A sua debilidade encontra-se no ataque. Temos Drogba, Anelka e pouco mais. Nem Kalou, nem Malouda são goleadores e falta soluções quando os dois principais avançados não resolvem os problemas.
O United está mais fraco, o Liverpool mantém-se de férias e apenas o Arsenal apresenta melhorias relativamente á época passada.
Não fosse um pormenor e apostaria tudo nos blues para vencer a Premiership. Temos CAN no início do ano.
Ancelotti vai perder Essien, Mikel, Kalou e Drogba numa fase decisiva da temporada e Abramovich também deve estar ciente disto. Acredito em mexidas no mercado de Janeiro.
Face a esta força do Chelsea não vejo um United a altura. Sir Alex viu Ronaldo e Tevez saírem e não procurou colmatar as ausências no mercado.
Preferiu antes preencher o plantel com mais opções e apostar na prata da casa. Rooney tornou-se figura maior mas só o inglês não chega. Falta poder de fogo na frente e por muito que Alex Ferguson tente nem Owen nem Valencia nem Nani vão atingir a qualidade de Ronaldo e Tevez.
Contrastando com o United temos o Arsenal. Wenger perdeu Adebayor e Touré mas nem se nota. O treinador francês parece ter adoptado o 4-3-3 e ao contrário do que se esperava a equipa não perdeu dinâmica ofensiva com a saída do togolês. O trio Fabregas - Arshavin- Van Persie está endiabrado e a equipa é uma maquina de fazer golos, sobretudo no Emirates. Na defesa, Vermaelen constituiu a opção para fazer dupla como Gallas e até ao momento apresentou-se a bom nível.
Os Gunners estão mais adultos e Wenger com o novo sistema conseguiu retirar aquilo que existe de melhor nos seus jogadores. Destaque também para a dupla de meio campo Song-Diaby que tem sido fundamental para a manobra da equipa.
A principal desilusão é obviamente o Liverpool. Os reds continuam inconsistentes e o sonho de voltar a vencer a Premier parece cada vez mais longe. No entanto á esperança que a equipa melhore. As lesões de Gerrard e Aquilani (já conhecida antes da contratação) foram duros golpes na estratégia de Benitez e a equipa ressentiu-se das suas ausências.
Os substitutos não se mostraram ao mesmo nível e nos testes mais difíceis a equipa cedeu.
Manchester City, Aston Villa e Tottenham estão á espreita e apresentam-se como equipas mais competentes para lutar pela Europa. Atenção também ao Sunderland e ao Everton.
Os black cats apresentam um conjunto bastante interessante e os toffees ainda não estão no seu melhor nível. David Moyes está privado de jogadores como Pienaar e Arteta por lesão, contudo a saída de Lescott fez-se sentir.
Após a jornada de apuramento para o Mundial vamos entrar numa fase decisiva do campeonato e é necessário gerir bem o esforço dos jogadores.
A época ainda vai no início mas de momento diria que o Chelsea é claramente favorito e o Arsenal é aquele que se mostra com mais condições para lhe fazer frente.
Esperemos para ver o que o melhor campeonato da Europa nos reserva.