Terça-feira, 13 de Setembro de 2011

Análise 4ª jornada Liga ZON Sagres

 

E à quarta todos os "grandes" ganharam e quando menciono "grandes" refiro-me a quatro equipas. Sim, o Braga merece este estatuto por todo aquilo que conquistou nos últimos 7/8 anos. António Salvador prometeu uma luta a quatro e até ao momento só não o é por culpa de um outro Sporting.

 

A jornada não proporcionou surpresas mas não deixou de ser emocionante.

 

Tivemos incerteza nos resultados e quanto à qualidade dos jogos poderá dizer-se que na sua maioria foram agradáveis de assistir.

 

FC Porto 3-0 V.Setúbal

 

Comecemos pelo Dragão e o primeiro teste sem Hulk e Moutinho no onze inicial.

 

Vítor Pereira encarou a partida de Sexta-feira também tendo vista o embate da Champions com o Shakthar. Não deixa de ser um risco mas por outro lado demonstra a confiança que existe em todo o plantel azul e branco.

 

Sem Hulk e Moutinho mas com James e Defour. James Rodriguez é serio candidato a ser a revelação da Liga e constituir-se como peça fundamental da equipa e Defour apresenta-se como um "clone" de Moutinho que será com certeza muito útil.

 

Frente  a um Vitória bem organizado defensivamente mas com pouca expressão atacante, a ausência de dois jogadores fulcrais como são Hulk e Moutinho acabou por não se fazer sentir.

 

O Porto dominou por completo os acontecimentos e só não saiu ao intervalo em vantagem por mera infelicidade.

 

Ironicamente o primeiro golo só chegou quando Moutinho entrou em campo e à primeira vista isto poderia indicar que Porto não esteve bem anteriormente, pura ilusão.

 

É verdade que Moutinho e depois Hulk tiveram acções preponderantes para atingir e ampliar a vantagem mas ficou provado mais uma vez que o plantel é profundo.

 

Moutinho, James e Belluschi fizeram os golos e neste momento as contas são fáceis, quatro jogos, quatro vitórias, doze pontos.

 

Não vejo razões para duvidar da fidelidade portista nesta época. Recorde-se que só Falcão é que saiu e até nesse capitulo Kléber tem dando sinais que o colombiano pode vir a não deixar saudades nos adeptos.

 

Benfica 2-1 V. Guimarães 

 

Vitória sofrida, envolta em polémica mas refira-se inteiramente justa.

 

Longe de uma exibição brilhante, o Benfica acabou por construir o suficiente para garantir os três pontos.

 

Esta partida é a meu ver um bom exemplo daquilo que será o Benfica 11/12 e as diferenças que existem relativamente às duas épocas anteriores que Jorge Jesus dirigiu.

 

E a grande diferença reside por si só num jogador, Axel Witsel.

 

 

Ganham-se e perdem-se virtudes com o belga em campo mas Jesus terá a consciência que depois do insucesso da época transacta, o jovem Witsel terá de ter presença assídua no onze.

 

Os encarnados neste jogo não atingiram a acutilância ofensiva que nos habituou no passado mas em contrapartida o Vitória de Guimarães também não conseguiu causar dificuldades de maior à defensiva comandada por Luisão.

 

Jesus afirma que o sistema de jogo não mudou, também me parece que não mas quanto ao modelo de jogo parece-me óbvio que  surtiram

mudanças.

 

O Benfica 2011/20112 não realiza de forma tão constante o ataque em transição pois agora também utiliza com mais regularidade o ataque em posse. Witsel a isto o obriga.

 

O posicionamento de Javi Garcia e Wisel lado a lado, constituindo um duplo pivot, permite maior segurança na zona central do terreno mas consequentemente a construção dos movimentos ofensivos de forma mais demorada.

 

Neste jogo em particular esta nuance foi bem visível, a boa organização dos homens de Rui Vitória levou a que o Benfica adoptasse um jogo mais pausado e menos vertiginoso.

 

Nem sempre os encarnados o fizeram com qualidade mas globalmente a tarefa foi conseguida.

 

Os golos apenas chegaram por grande penalidade mas é preciso ressalvar que estas surgiram por desequilíbrios criados na defensiva vitoriana. Se os castigos máximos foram bem assinalados, bem deixo ao critério de cada um.

 

Até ao final o Benfica sofreu, o golo de Edgar retirou alguma confiança e o jogo nem sempre foi controlado pelos encarnados. Contudo seria injusto se o Benfica não vencesse o jogo.

 

Segue-se agora o jogo com o Manchester United e esse sim será um verdadeiro desafio às capacidades deste Benfica.

 

Paços Ferreira 2-3 Sporting

 

 

 

Primeira vitória dos leões no campeonato e que ameaçou não chegar. Uma ingenuidade permitiu ao Paços adiantar-se bem cedo no marcador e o pior  tinha acontecido a este moribundo Sporting, a necessidade de correr atrás do prejuízo desde do inicio.

 

O golo sofrido precocemente no jogo a  acrescentar à pressão já instalada na equipa, não era de facto um cenário animador.

 

Apesar disso a equipa respondeu bem. Domingos voltou a apostar num trio de meio campo (Rinaudo/ Schaars/ Elias) sem um natural número "10" e com isso o Sporting não conseguiu marcar presença na àrea, Bojinov apresentou-se sempre muito isolado. Contudo o Sporting dominou e merecia ter chegado ao golo ainda na 1ª parte.

 

Seguiu-se a entrada de Izmailov e surgiu um melhor elo de ligação entre a intermediária e o ataque.

 

Quando se adivinhava o golo do Sporting surge o 2-0 do Paços e mais uma vez tudo apontava para uma derrota leonina. Não é fácil compreender a facilidade com que o Sporting sofre golos porém também terá de ser dado mérito ao ponta lança do Paços, Michel.

 

Uma bela surpresa, avançado possante de remate forte e boa técnica.

 

Em resposta Domingos coloca Wolfswinkel e Rubio no terreno e procura forçar a nota novamente. Mas o momento decisivo do jogo é incontornavelmente a expulsão de Nuno Santos aos 69 minutos. O Paços perdeu intensidade a partir deste momento e o primeiro golo do Sporting desestabilizou por completo a equipa da capital do móvel.

 

O Sporting conseguiu virar o jogo e mereceu-o. Destaque para a boa exibição de Elias e também o contributo de Wolfswinkel. O holandês merece a titularidade.

 

Quanto à linha defensiva penso que esta será a melhor disponível nos quadros leoninos.

 

Onyewu e Rodriguez devem constituir-se como dupla titular e Ínsua deve manter o posto de defesa esquerdo. A maior dúvida que ainda se depreende na equipa será a constituição do meio campo. Entendo que seria mais proveitoso actuar apenas com dois médio s mais defensivos (Elias/ Schaars) e outro mais ofensivo (Izmailov), esperemos para ver o que Domingos tem em mente.

 

Sp. Braga 3-1 Gil Vicente

 

Exibição segura dos bracarenses. Numa primeira parte em que jogou mais na expectativa e numa segunda em que dominou e controlou o jogo por completo.

 

Leonardo Jardim começou por montar uma equipa sólida em termos defensivos e que agora começa também a demonstrar alguns movimentos ofensivos interessantes.

 

O jogo bracarense passa muito pelos pés de dois jogadores, Hugo Viana e Alan. O primeiro numa primeira fase de construção e o segunda numa fase mais adiantada.

 

Nota para a segurança defensiva apresentada até ao momento, apenas um golo sofrido em quatro jornadas.

 

O quarteto defensivo foi renovado e mais uma vez António Salvador parece ter acertado nas contratações. Destaco Paulo Vinicius, que depois de boas temporadas em Leiria, demonstra definitivamente que é um central de grande qualidade.

 

O homem do jogo foi Nuno Gomes e bem o merece. Nuno tem sido um profissional exemplar ao longo de toda a carreira e acredito que tem muito ainda para oferecer a nível desportivo.

 

Leio com atenção as declarações de Leonardo Jardim sobre Nuno Gomes e partilho da sua opinião.

 

"O Nuno é um avançado que sempre jogou em clubes de grande dimensão e ele rende mais quando temos capacidade de termos muitos homens no ataque porque ele é um jogador de apoios, de área, mas nem sempre o Braga pode ter esse caudal. Tem sido utilizado mais nas segundas partes e tem sido decisivo, as equipas vão baixando linhas e ficam à mercê do Nuno"

 

 

Lima apresenta actualmente uma intensidade de jogo que Nuno já não tem e nessa perspectiva será ele em condições normais o titular.

 

Nuno Gomes será um joker e que  terá como função acrescentar peso ao ataque numa fase mais adiantada do jogo, com Lima a seu lado o Braga conseguiu chegar com mais perigo à área do Gil Vicente e foi com base nessa estratégia que assentou a vitória dos guerreiros do minho.

 

Será cedo para fazer previsões mas arriscaria que este Braga tem condições reais de se intrometer na luta por um lugar nos três primeiros classificados.

 

Falta ainda ver esta equipa em acção contra um adversário mais qualificado, se bem que os dois próximos jogos são bem interessantes, Birmingham e V. Guimarães, ambos fora de portas.

 

Restantes jogos

 

Saliento a segunda vitória consecutiva do Marítimo (2-1 vs Rio Ave) de Pedro Martins, e também a goleada da Académica frente ao Nacional (4-0) , tanto os insulares como os estudante parecem constituir-se como sérios candidatos à Europa este ano.

 

Resultados 4ª jornada Liga ZON Sagres

 

FC Porto 3-0 V.Setúbal

Benfica 2-1 V.Guimarães

P. Ferreira 2-3 Sporting

Beira Mar 0-1 U.Leiria

Olhanense 1-2 Feirense

Sp. Braga 3-1 Gil Vicente

Marítimo 2-1 Rio Ave

Académica 4-0 Nacional

 

Classificação

 

1- FC Porto  12 pts

2 - Benfica 10 pts

3- Sp. Braga 10 pts

4- Académica 9pts

5- Marítimo 7 pts

6- Beira Mar 5 pts

7- Sporting 5 pts

8- Olhanense 5 pts

9- Feirense 5 pts

10- P. Ferreira 4 pts

11- Gil Vicente 4 pts

12- V. Setúbal 4 pts

13- V. Guimarães 3 pts

14- U. Leiria 3 pts

15- Rio Ave 1pt

16- Nacional 1pt

publicado por A.S às 01:40
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